Mesmo diante da licitação que deve definir o novo desenho de linhas da cidade de São Paulo, o sistema municipal vai receber uma quantidade expressiva de ônibus novos de alta capacidade.
Até o final de outubro, devem integrar a frota paulistana mais 170 ônibus superarticulados de 23 metros de comprimento. Os veículos vão substituir os modelos articulados menores de 18,6 metros.
“Esses ônibus foram negociados entre janeiro e julho deste ano. Uma parte já foi entregue, mas ainda há um expressivo volume até o final de outubro” – revelou o diretor de vendas e marketing de ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, Walter Barbosa, em evento na sede da montadora, em São Bernardo do Campo, que teve cobertura do Diário do Transporte.
O modelo se posiciona em categoria de capacidade e tamanho superiores às dos ônibus articulados e inferior às dos biarticulados, que têm entre 25 e 28 metros de comprimento.
“A grande sacada do superarticulado é a manobrabilidade. O veículo é menor do que o biarticulado, ou seja, se encaixa na maioria das cidades, inclusive podendo circular mais facilmente fora de corredores, como acontece na cidade de São Paulo, onde estes ônibus entram até em bairros, e acaba sendo mais fácil de manobrar que o articulado, porque o último eixo dele também vira, é direcional” – explica o executivo.
De acordo com a configuração, um ônibus superarticulado pode transportar entre 175 e 220 pessoas. Na capital paulista, pela presença de portas à esquerda, áreas para bicicleta e equipamentos de portadores de deficiência, além da distância exigida entre os bancos, um ônibus desse padrão transporta 174 passageiros.
De acordo com a configuração da SPTrans – São Paulo Transporte, gerenciadora do sistema, um ônibus articulado pode transportar cerca de 130 pessoas, e um biarticulado, aproximadamente 200.
A capital paulista é o principal mercado de ônibus superarticulado do Brasil. Dos 1300 veículos já produzidos desde o lançamento, em outubro de 2012, 1000 unidades foram para o sistema da cidade de São Paulo. O segundo maior mercado é o Rio de Janeiro, com mais de 200 unidades, e o Corredor Metropolitano São Mateus-Jabaquara, da Metra, na Grande São Paulo, possui 32 veículos.
DIANTEIRO COM SUSPENSÃO PNEUMÁTICA
Outro modelo que, segundo a Mercedes-Benz, tem ampliado a participação no mercado, em especial na Grande São Paulo, é o ônibus de motor dianteiro OF 1724L, de suspensão pneumática.
Com motor OM 926LA, de 238 cavalos, o veículo é indicado principalmente para linhas distribuidoras e alimentadoras.
“Quando foi lançada em 2015, a configuração representava 5% nas vendas da categoria. Agora são 40%. Em breve, o número tende a se inverter e os ônibus urbanos com motor dianteiro e suspensão pneumática deste chassi serão maioria, caminhando para a totalidade” – disse Walter Barbosa.
Novamente, a capital paulista e região metropolitana se destacam nesse mercado. Até agora, foram vendidas 1000 unidades desde 2016, das quais 30% para a Grande São Paulo.
“A topografia, com muitas áreas de tráfego mais difícil das cidades, exige veículos robustos, de motor dianteiro, mas também há a necessidade de oferecer maior conforto. O modelo atende a estas duas exigências. Além disso, na capital paulista especificamente, tem havido uma mudança de perfil de frota. Nestes sistemas locais, alguns operadores que estavam com micro-ônibus ou veículos de 15 toneladas partiram para modelos de 17 toneladas” – prosseguiu Walter.
Além do maior conforto para os passageiros, o executivo diz que o modelo oferece rentabilidade e mais simplicidade para manutenção.
“No caso da mola, é necessária uma mão de obra especializada, já na suspensão pneumática a troca do bolsão, é mais simples. Além disso, mesmo tendo as barras de ligação, por não possuir o conjunto de molas, o chassi tende a ficar mais leve. É uma solução que traz benefício a todos, ao motorista, cobrador e aos passageiros, pelo maior conforto, e aos empresários por menores custos” – finaliza.
Por contarem com suspensão pneumática, os veículos também podem operar em trechos e corredores BRT sem se diferenciar tanto dos modelos de maior categoria, articulados, como ocorre no sistema Move BRT, de Belo Horizonte.
fonte:Adamo Bazanni
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