A BYD está lançando o primeiro ônibus elétrico articulado 8×4 do Brasil. Trata-se do D11B 8×4, que tem 22 metros de comprimento e chega nas versões de piso baixo e piso alto. O novo modelo é focado em operações de transporte urbano de passageiros.
Diretor da divisão de ônibus da BYD, Marcello Schneider diz que a produção já começou. O DB11B 8×4 será entregue à Linha Verde de São José dos Campos. A cidade do interior paulista terá o primeiro corredor expresso do Brasil com ônibus articulados e elétricos a bateria.
Os ônibus farão um percurso de 14,5 quilômetros, interligando as regiões sul e leste da cidade. Nesse corredor só poderão trafegar ônibus com zero emissão de poluentes.
Os 12 ônibus com piso baixo começam a ser entregues no primeiro trimestre de 2021. A assinatura do contrato entre a Prefeitura de São José dos Campos e a BYD ocorreu em abril deste ano.
BYD D11B tem autonomia de 250 km
Segundo informações da BYD, com as baterias completas a autonomia do ônibus elétrico chega a 250 km. A recarga total é feita em cerca de três horas.
O D11B 8×4 tem quatro motores elétricos integrados às rodas do eixo traseiro de cada composição. No total, a potência combinada é equivalente a 804 cv.
Também de acordo com a BYD, o preço do modelo elétrico será equivalente ao de três vezes ônibus a diesel. Até então não havia no Brasil nenhum chassi na configuração 8×4 de fábrica.
Veículo ‘limpo’
Para comparação, um chassi 8×2 com motor a diesel parte de cerca de R$ 720 mil. Na configuração de topo de linha, o preço pode chegar a R$ 900 mil.
Para “vender seu peixe”, a BYD informa que o operador está levando um veículo que roda sem emitir poluentes. Outra vantagem apontada pela empresa é o baixo nível de ruído. Isso permite que o ônibus elétrico rode em locais como zonas hospitalares e residenciais.
O BYD D11B 8×4 vem de série com suspensão a ar, freios a disco com sistema ABS e controle de tração. Entre os itens de conforto há ar-condicionado com saídas individuais e sistema de som. Sistema Wi-Fi e tomadas USB para recarregamento de dispositivos como celulares e notebooks também vêm de fábrica..
Articulado para BRT
Schneider destaca o crescimento das operações do tipo BRT, sigla de ônibus de trânsito rápido, em português. Segundo ele, em breve haverá demanda por modelos elétricos nesses corredores.
Entre as cidades que poderão adotar esse tipo de solução estão São Paulo, Curitiba e Campinas (SP). De olho nesse marcado a BYD está lançando também a versão do D11B com piso elevado. “O veículo terá versões para atender todas as necessidades dos padrões brasileiros”, diz o executivo.
O isolamento social derrubou o volume de operações de transporte de passageiros no País. A pandemia afetou tanto o segmento urbano como o rodoviário. Mesmo assim a BYD manteve o cronograma de lançamentos deste ano.
Sustentabilidade em alta
No mês passado, a marca chinesa lançou o D9F. Trata-se do primeiro ônibus elétrico para operações rodoviárias disponível no mercado brasileiro.
“Este é um momento importante para se pensar em mobilidade elétrica”, diz Schneider. Ele argumenta que o isolamento social trouxe de volta a preocupação com a qualidade do ar. Esse tema afeta sobretudo as grandes cidades.
“A discussão deve voltar de forma mais intensa”, afirma o executivo. Segundo ele, com a queda da receita os frotistas estão ainda mais preocupados com custos. “O operador que testa nossos veículos percebe que a manutenção é menor em relação à de modelos equivalentes a diesel”.
Manutenção simplificada
Schneider lembra que o ônibus elétrico tem muito menos peças que os a diesel. Não há eixo cardam, peças do motor, embreagem e caixa de câmbio, por exemplo.
Além disso, o custo da eletricidade é menor que o do combustível. Considerando todos esses fatores, o custo operacional do ônibus elétrico pode ser até 65% menor. As informações são da fabricante.
“A eletricidade é naturalmente mais barata. E é possível gastar ainda menos comprando energia fotovoltaica.” Essa tecnologia transforma luz solar em eletricidade. “Nesse caso em sete anos o veículo se paga”, diz Schneider.
O ônibus elétrico pode rodar por até 15 anos, segundo a BYD. Um equivalente a diesel tem “vida útil” de 10 anos. Isso se a idade média da frota for de cinco anos. Para isso, o frotista precisa trocar o veículo diesel, em média, a cada sete anos.
Família em expansão
A BYD atua em várias frentes para ampliar as vendas de elétricos do País. Uma delas é o desenvolvimento, com empresas geradoras de energia, de pacotes de fornecimento e infraestrutura de recarga para os operadores do transporte.
O chassi articulado D11B 8×4 não é o único elétrico da BYD à venda no Pais. O Padron 4×2 de 13 metros, primeiro modelo lançado pela marca, pode ser adquirido via Finame. A marca também tem um micro-ônibus e um chassi rodoviário.
Todos os modelos são 100% elétricos. Além disso, têm motores alimentados por baterias.
Matéria do Estadão caderno Estradão e divulgação BYD.